18 de maio: Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

No mês de maio é realizada a Campanha de Conscientização do Maio Laranja, em referência ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infantil, comemorado no dia 18 desse mês.

Com o surgimento e descontrole da pandemia do Coronavírus, crianças e adolescentes ficaram em situação de maior exposição e vulnerabilidade a ações desse tipo, por esse motivo, é de suma importância que toda a sociedade esteja engajada para combater essas ações.

Muitas pessoas desconhecem esse dado, mas 80% dos casos de abuso e exploração contra crianças e jovens ocorrem dentro de casa. Os números alarmantes registrados ano após ano reforçam a importância de se debater, combater, denunciar e estar atento aos sinais de abusos.

A escolha de 18 de maio

18 de maio foi a data estabelecida em 2000 pela Lei 9970/00. A escolha foi motivada pelo caso Araceli, uma menina de apenas oito anos e idade que foi drogada, estuprada e, posteriormente, morta por jovens de classe média alta na cidade de Vitória (ES) em 18 de maio de 1973. Apesar da natureza terrível desse crime, ele continua impune até os dias de hoje.

O contexto pandêmico

A pandemia de Covid-19 infelizmente é fator colaborador para o aumento de situação de vulnerabilidade para crianças e adolescentes. Frente à pandemia e para evitar a disseminação do vírus, as pessoas precisaram ficar reclusas em suas casas, fator que pode representar o aumento do número de abusos contra crianças e adolescentes, já que houve um aumento considerável do tempo de contato entre essas crianças e jovens e seus possíveis agressores/ abusadores. Além disso, esse contexto de reclusão possibilita uma menor capacidade da sociedade em geral em perceber e denunciar tais situações. Por isso, a importância da campanha, que visa mobilizar e conscientizar pessoas a estarem sempre atentas a tais abusos.

As queixas que eram antes da pandemia realizadas geralmente pelas escolas, que se dirigiam ao Conselho Tutelar, com a pandemia tiveram seu perfil modificado, contanto com queixas de vizinhos, parentes… Porém, o claustro foi determinante para que essas denúncias fossem consideradas tardias, ou seja, quando os abusos já ocorriam como rotina.

Como identificar sinais de abusos contra crianças e adolescentes?

  1. O que leva crianças a não falarem sobre o abuso ao qual estão submetidas?

Por vários motivos, incluindo constrangimento, vergonha, sentimento de culpa, desamparo ou  por temerem o agressor. Algumas crianças / adolescentes podem nem mesmo saber falar sobre abuso que sofreram ou sofrem. Quando o agressor é um familiar ou conhecido da família, a possibilidade de guardar segredos é ainda maior. Nesse caso, a vítima pode vivenciar um conflito porque deseja interromper o abuso, mas ao mesmo tempo, se preocupa com o bem-estar do agressor e com as consequências da revelação após a denúncia, como separação, caos familiar e prisão, por exemplo.

Casos de violência e abuso sexual contra crianças e adolescentes são muito comuns  – o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), por exemplo, mostra através de seus dados que 70% das vítimas de estupro do país estão no grupo de menores de idade.

Considera-se um problema mundial o abuso sexual infantil. A estimativa é a de que 18% dos atingidos é de meninas e 8% de meninos. Essa estimativa, porém, é reflexo dos casos que foram denunciados. Como já explicamos, a grande maioria dos casos de abuso sexual infantil se dá dentro de casa com pessoas de sua confiança e em ambiente que deveria significar proteção. Por esse motivo, há a incilinação em não contar, pois este constitui um espaço privado e de segredo familiar.

O que se pode fazer quando a criança não conta o ocorrido?

Se você identifica algum ou alguns dos indicadores listados abaixo, se suspeita de algum comportamento ou pessoa, o ideal é buscar auxílio de um especialista que possa te orientar, antes mesmo de ter uma conversa com a possível vítima.

Existem muitas características que se assemelham àquelas de um adolescente em desenvolvimento. Por esse motivo, é importante buscar avaliação profissional de pediatra, professor, assistente social, ou psicólogo

Confie sempre na palavra da criança ou do adolescente caso esse resolva externar algum caso. Lembre-se que essa é uma situação difícil, logo, a vítima precisará se sentir importante, sendo ouvida e acolhida por quem ela confia.

Grooming, o que é?

Outro fator que pode fazer com que a criança não se abra em relação aos abusos que sofre é o grooming. Isso se configura quando o abusador manipula a criança/adolescente utilizando pressão psicológica, recompensas  materiais e, por incrível que pareça, atenção. Quando ocorre o abuso, a criança pode ser silenciada pelo agressor através de táticas como essas.

Por esse motivo, e para se precaver, inspire sempre confiança às crianças próximas de você para que elas se sintam protegidas e seguras para externar quaisquer ocorrências em suas vidas.

Afinal, a que sinais devo estar atento?

Muitos sinais podem revelar que a criança ou adolescente está sofrendo abusos.

A Mudança de comportamento: pode ser um sinal inicial a ser observado. Devem ser observadas mudanças bruscas no padrão comportamental de uma maneira geral ou voltada para uma pessoa específica (pânico em estar na presença, atitudes agressivas) – o possível abusador. Devem ser observadas forma de agir, medos repentinos, mudanças de humor e do jeito da possível vítima, por exemplo.

É preciso que a família esteja atenta aos sinais que a criança emite, pois algumas vezes eles são discretos e, mesmo discretos, são maneiras de pedir socorro.

A Proximidade excessiva  também pode ser um sinal, ainda que, de uma forma geral a vítima demonstre rejeição em relação ao abusador. Fique de olho se a criança é alvo de interesse de alguém ou se brinca por muitas horas com outra pessoa. Busque sempre mostrar estar atento ao comportamento de qualquer pessoa que esteja perto do seu filho, sobrinho, irmão. A atenção pode afastar ou constranger um possível abusador.
Lembre-se que em relações desse tipo, o abusador sempre utilizará de manipulação para com a vítima que, na maioria das vezes, não percebe que está sendo vítima. Esse silêncio  pode gerar mais tarde a sensação de culpa, que ao se manifestar, mais tarde, pode implicar em comportamentos futuros graves, tais como a autolesões, ideias suicidas ou mesmo suicídio.

A Regressão comportamental abusos podem trazer de volta, repentinamente, comportamentos já superados com a idade, que a criança / adolescente já havia superado – xixi na cama ou voltar a chupar o dedo, chorar sem motivo aparente. Fique atento também aos medos excessivos, ao distanciamento de amigos, a falta de confiança, ao uso de roupas em excesso sem necessidade, como mangas longas, capuz, que podem esconder cicatrizes ou mesmo representar a fuga de contato. A criança e o adolescente avisam de maneiras diferentes, algumas verbalizam, outras sinalizam com gestos.

Segredos: o silêncio pode ser mantido com ameaças do abusador. Ameaças de exposição na Internet, violência física. Podem se utilizar de presentes, dinheiro ou benefícios materiais. Explique a seu filho que ele não deve sustentar segredos com ninguém, e que, caso hajam, podem e devem ser compartilhados com você (pai, mãe, responsável).

Mudança de hábitos: podem ocorrer no caso de abusos. Os responsáveis deve se atentar a alterações de hábito repentinas, desempenho escolar em decaída, dificuldade de concentração e em se relacionar nas atividades propostas, mudanças na alimentação (anorexia, bulimia), distúrbios do sono (pesadelos e insônias) aversão a ficar sozinha e mudanças em geral.

Questões de sexualidade: As vítimas podem desenvolver o comportamento do abusador em outras crianças/adolescentes, ou seja, podem reproduzir os abusos em colegas. Podem ainda reproduzir em desenhos órgãos genitais, situações as quais foram submetidas, reproduzir comentários ou palavras impróprias aprendidas durante o abuso ou mesmo tocar familiares em lugares impróprios.

Questões físicas: Há ocasiões em que a criança/adolescente pode contrair até mesmo infecções sexualmente transmissíveis ou gravidez. É preciso estar atento a marcas, lesões, traumatismos e reclamações relativas a dores nas regiões genitais. Marcas em roupas, sangue e esperma, por exemplo.

 Como posso ajudar a uma vítima de abuso?

O primeiro passo para evitar abusos é não ser negligente. É importante estar atento a todos os sinais, supervisionar seus filhos ou a crianças e adolescentes que estejam sob sua supervisão. Mais importante ainda é não ignorar qualquer mensagem identificada que possa se tratar de um pedido de ajuda. Acredite no apelo da vítima!

Após conversar com a vítima, para tentar obter alguma informação que possa ajudar a evidenciar a suspeita, você deve comunicar a uma delegacia especializa em proteção da criança ou ao conselho tutelar de sua cidade. Você pode ainda fazer uma denúncia anônima, principalmente em se tratando de vizinhos ou conhecidos. Você pode usar o DISQUE 100, que conta com profissionais especializados na obtenção de relatos das vítimas.

Assim, considerando a importância dessa campanha, a COOPBANK convoca a  todos os cooperativados, seguidores e usuários de seus serviços a apoiarem e promoverem a utilização do símbolo infantil da “flor”, e a evidenciarem a vulnerabilidade de crianças e jovens diante do abuso e da exploração sexual. Além disso, principalmente, alerta para que todos estejam atentos aos sinais e colaborem para a proteção de nossas crianças e adolescentes.

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