Por que as empresas estão abandonando o home office? Essa é uma questão
em discussão, já que o modelo de trabalho remoto, que cresceu durante a
pandemia, agora parece estar sendo reduzido ou até mesmo eliminado por
grandes corporações. No entanto, a transição para o retorno ao trabalho
presencial ou a um modelo híbrido não é algo simples.
No artigo de hoje a Coopbank vai discutir esta modalidade de trabalho que
cresceu exponencialmente principalmente nos últimos anos e que ainda divide
opiniões quando o tema são vantagens e desvantagens do trabalho em casa.
O que se discute sobre o Home Office?
Um estudo realizado pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo
(EAESP/FGV) em parceria com o PageGroup e a PwC Brasil revelou que 71%
dos funcionários que não ocupam cargos de alta liderança têm expectativas de
mudanças no ambiente de trabalho. Isso sugere que há uma demanda por
flexibilidade nas empresas.
Os benefícios do modelo híbrido são evidentes, incluindo a eliminação do
deslocamento, maior flexibilidade de horário, proximidade com a família e mais
tempo para atividades pessoais. No entanto, especialistas como Juliana Alencar,
especialista em cultura e inovação organizacional, apontam que o trabalho
remoto também pode ter desvantagens, como a redução das interações
pessoais informais e a limitação da colaboração em equipe.
A produtividade no home office varia de pessoa para pessoa. Alguns
profissionais preferem um ambiente fora de casa para trabalhar, enquanto
outros valorizam a proximidade com a família. Segundo o estudo da
EAESP/FGV, as mulheres relataram um índice maior de conclusão de tarefas em
home office do que os homens.
Por que algumas empresas consideram o fim do Home Office?
É importante considerar que a decisão de uma empresa de encerrar ou reduzir
a modalidade de trabalho remoto, como o home office, pode depender de
vários fatores. Não existe uma única razão que se aplique a todas as empresas,
e a decisão pode variar de acordo com a cultura organizacional, setor de
atuação e objetivos específicos de cada empresa. No entanto, algumas das
razões mais comuns que as empresas podem considerar para reduzir ou mesmo
acabar com o home office incluem:
Colaboração e interação: Algumas empresas acreditam que a colaboração e
a interação entre os funcionários são mais eficazes quando todos estão
fisicamente presentes no mesmo local. O trabalho presencial pode facilitar a
troca de ideias, a resolução de problemas em equipe e o desenvolvimento de
relacionamentos profissionais mais fortes.
Cultura organizacional: Manter uma cultura organizacional coesa pode ser
mais desafiador quando os funcionários estão trabalhando remotamente.
Algumas empresas valorizam uma cultura de escritório vibrante e acreditam
que isso é essencial para o seu sucesso.
Segurança de dados: Em setores sensíveis à segurança de dados, como
finanças e saúde, as empresas podem ter preocupações com a segurança das
informações confidenciais quando os funcionários trabalham em ambientes fora
do controle da empresa.
Monitoramento e produtividade: Algumas empresas sentem que é mais
fácil monitorar e avaliar a produtividade dos funcionários quando eles estão
trabalhando no escritório. A ausência física pode criar desafios na gestão do
desempenho.
Desigualdade de acesso: Nem todos os funcionários têm um ambiente
adequado em casa para trabalhar de forma eficaz. Isso pode criar
desigualdades entre aqueles que têm recursos para criar escritórios em casa e
aqueles que não têm.
Problemas de comunicação: A comunicação entre colegas e com a liderança
pode ser mais difícil quando todos estão trabalhando remotamente. Algumas
empresas podem sentir que a comunicação cara a cara é mais eficaz.
Aprendizado e desenvolvimento: O desenvolvimento de funcionários,
treinamento e integração de novos contratados podem ser mais desafiadores
em um ambiente de trabalho remoto.
Custos operacionais: Algumas empresas podem descobrir que os custos de
manter infraestrutura de escritório são mais baixos do que se pensava,
especialmente se a empresa já possui ou locou espaços de escritório.
Como pesar a decisão do fim desta modalidade de trabalho?
É importante considerar as preocupações e preferências individuais dos
funcionários, criar ambientes de trabalho flexíveis, proporcionar espaços de
colaboração no escritório, implementar programas de treinamento para facilitar
a transição, oferecer apoio à saúde mental e comunicar claramente as
mudanças que ocorrerão. Assim, as empresas podem garantir uma transição
eficaz e manter seus talentos satisfeitos.
Vale ressaltar que algumas empresas estão adotando uma abordagem híbrida,
permitindo que os funcionários trabalhem remotamente em alguns dias e no
escritório em outros, como uma maneira de equilibrar as vantagens do home
office com as necessidades do negócio. A decisão de encerrar ou manter o
home office deve ser cuidadosamente ponderada para atender às necessidades
específicas da empresa e de seus funcionários.
Reduzir drasticamente ou mesmo acabar com esta modalidade de forma
abrupta pode ser algo extremamente danoso para a relação empresa-
colaborador. A perda de talentos é, sem dúvidas, um ponto crucial a se
considerar nesta equação, afinal, o funcionário pode se sentir desconsiderado
quando da tomada de decisão da empresa. Outros pontos a se pensar se
referem ao movimento de alocar novamente estes funcionários em ambiente
presencial, bem como o cálculo dos gastos gerais, que feito pela empresa,
deverá considerar transporte, adicional de refeição, disponibilização e utilização
de materiais da empresa, entre outros gastos adicionais.
Concluindo…
Em suma, a decisão das empresas em relação ao home office é complexa e
está em constante evolução. Embora o trabalho remoto tenha oferecido
vantagens como flexibilidade e eliminação do deslocamento, também trouxe
desafios, como a falta de interações pessoais e colaboração presencial.
Encontrar um equilíbrio entre esses aspectos e considerar as necessidades e
preferências individuais dos funcionários é fundamental. A retenção de talentos
e a busca por maior produtividade continuam a serem fatores-chave nesse
debate em constante transformação.
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Coopbank e você, tudo a ver!