Como se preparar para o mercado de trabalho se tenho uma deficiência? O que esperar?

Pensar acerca da inserção de deficientes no mercado de trabalho é um assunto que precisa ser debatido a cada dia com mais afinco. Essa urgência se aplica não somente porque pessoas que possuem alguma deficiência precisam ser alocadas no ambiente de trabalho, mas também porque como afirma o IBGE, cerca de um a cada quatro brasileiros possuem um tipo qualquer de deficiência. Isso coloca o grupo em questão em uma totalidade de aproximadamente 50 milhões de pessoas.

A urgência da questão chegou até as empresas, que vêm tentando se adequar e se conscientizar acerca do assunto, criando vagas possíveis de serem ocupadas por esses profissionais, chamados PcDs (Pessoa com Deficiência).

Embora muitos PcDs venham se qualificando para o preenchimento de tais vagas, ainda há uma necessidade de busca por maior capacitação para o preenchimento das mesmas. De certa forma, nesse quesito há um desencontro sobre a vaga que se oferece e os requisitos a serem preenchidos.

Se o tema te interessa, role pra baixo e acompanhe alguns pontos sobre o mercado de trabalho para PCD.

  1. Pessoas com deficiência no mercado de trabalho

Bancos, indústrias e grandes corporações já começam a engrossar suas contratações para aqueles que costumavam ser excluídos em virtude de suas limitações. O Ministério do Trabalho afirmou que nos últimos anos foi percebido uma elevação de 20% na inserção de pessoas com deficiência (PcD) no mercado de trabalho.
Há uma mudança perceptível mesmo nas funções exercidas, pois se antes esses colaboradores contratados trabalhavam apenas nos bastidores, hoje atuam em áreas estratégicas, no atendimento direto ao cliente e, inclusive, em áreas de liderança e protagonismo.

2.  A inclusão do PcD

Instaurada em 1991, A Lei de Cotas para PcDs, foi a forma principal de incentivo para elevar a participação desses colaboradores no mercado de trabalho brasileiro.

Nela fica estabelecido que as empresas que possuem um número maior do que 100 colaboradores precisam ter de 2 a 5% do total de suas vagas disponíveis a pessoas com algum tipo de deficiência. Caso tenha entre 100 a 200 funcionários, 2% das vagas devem ser destinadas a Pcd, de 201 a 500, 3%, evoluindo até um número maior do que 1.001 funcionários, onde a empresa deve reservar 5% de suas vagas a pessoas com deficiência.

Porém, o contrato não deve ser realizado apenas com o objetivo de cumprir a lei, é preciso que aquela pessoa seja, de fato, parte da equipe. Que assim se sinta, pertencente. Suas funções devem ser relevantes dentro dos requisitos e do cargo para o qual foi contratada, assim como no caso de seus colegas sem qualquer tipo de deficiência. Não há espaço para segregação

Contratando uma pessoa com deficiência

A atitude de contratação de PcDs vai muito além do que de fato cumprir uma cota. A ideia é a de que experiências diferentes sejam vivenciadas no interior das equipes, para que então seja promovida uma verdadeira inclusão social. É preciso focar em como vivências e realidades diferentes podem, cada uma a seu jeito, influenciar de forma positiva o cenário do trabalho.

Um meio corporativo diversificado e alinhado às causas mais relevantes da sociedade se torna mais agregador. Percebe-se que todos importam para a cultura daquela equipe/ empresa. A criação de um ambiente democrático e justo torna a empresa mais confiável e a marca mais valorizada no mercado como um todo.

Adaptações e readaptações para PcDs nas empresas

Para incorporar pessoas com deficiências, obviamente, o mercado de trabalho necessitará tomar certos cuidados. O primeiro deles: se adaptar. Adaptações são cruciais para que a empresa possa se organizar e receber de forma adequada e estratégica pessoas diversidas em seu quadro de funcionários. Por isso, é necessário investir em:

  • Garantia de acessibilidade > proporcionar um ambiente de trabalho que esteja, de fato, pronto para receber pessoas com deficiência. O espaço físico deve ser apropriado, bem como sinalizado de maneira coerente com todos os tipos de deficiência.
  • Investir no combate a discriminação, conscientizando > é preciso investir em campanhas que afirmem a importância em se respeitar o próximo, dentro e fora do ambiente corporativo. As deficiências não devem ser mencionadas em tom de deboche ou pejorativo e a ocorrência deve ser passiva de punição forte frente à equipe. É preciso que haja conscientização sobre a importância da manutenção de um bom clima organizacional no interior da empresa para que os objetivos do time sejam alcançados.
  • Seleção e recrutamento adequados > visando uma contratação consciente e inclusiva, é necessário que o recrutamento e seleção sejam feitas considerando PcDs e cargos a serem ocupados.
  • Integrar e incluir pessoas com deficiência > é preciso que a empresa esteja atenta a inclusão do funcionário e a maneira como ele é acolhido pela equipe.

Integrar é sempre importante, pois vivemos em um mundo plural, diverso e cheio de diferenças. Não somos uns melhores do que os outros, somos simplesmente diferentes. Respeite as diferenças! Abrace essa causa!

Temos outros artigos voltados para PcDs. Acesse nos links abaixo:

03 de dezembro: Dia Internacional das Pessoas com Deficiência

21 de Setembro, é o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência.

Contrato de PcD: como minha empresa pode fazer isso?

Tags :

Compartilhe Este Artigo

Notícias Mais Comentadas