Você já ouviu falar ou conhece a comunicação não violenta? Também conhecida como CNV, essa prática consiste em optar por focar em nossos objetivos e necessidades através da escolha de uma trajetória de conciliação e pacifismo.
Tudo começou nos primeiros anos da década de 60, quando o movimento em prol dos diretos civis e contra a segregação racial nos EUA estavam em voga. Nesse contexto Marshall Rosenberg, um psicólogo norte-americano trabalhava como orientador educacional em instituições de ensino que eram contrárias à segregação.
No desenrolar dessa transição, Rosenberg tinha o papel de instruir a seus aprendizes sobre mediações e técnicas de comunicação. Partindo dessa conjuntura, o método da Comunicação Não-Violenta (CNV) foi criado por ele. Seu trabalho é notório porque possibilitou a escolas americanas tornarem-se mais receptivas a pessoas de etnias diferentes, o que, sem dúvida foi ferramenta importante no combate ao preconceito.
As experiências e pesquisas colocadas em prática pelo psicólogo foram decisivas para o surgimento dessa linha de pensamento, que preza pela empatia na comunicação.
Alguns anos depois, a CNV conseguiu atravessar fronteiras e se difundiu por outros países, modificando, abrangendo e influenciando não somente a área da educação, mas também auxiliando na humanização empregada na área da saúde, da gestão pública e mesmo da gestão empresarial.
Você quer conhecer um pouco mais sobre a CNV? Então acompanhe o post da COOPBANK e fique por dentro.
Comunicação não violenta: o que é?
Fonte: EscolaHappen.com.br
Consiste em uma maneira de se reportar ao outro que preza pela continuidade de bons relacionamentos, ou seja, se desenvolve a partir do fortalecimento de laços.
Para a CNV, na comunicação humana, sempre há a intenção de apresentar necessidades universais.
Desse modo, entende-se que, a cada mensagem emitida por nós, mesmo que de forma violenta – com ofensas e gritos, por exemplo, há a necessidade e tentativa de expor uma reivindicação.
De uma maneira geral, a violência que vemos nessas expressões é proveniente da cultura dominante e de suas imposições, o que acaba por gerar um ambiente competitivo e com pressão pelo poder.
Esse ambiente, por sua vez, exerce nos indivíduos um escape ou reação negativa, que visa esconder suas fraquezas ou se defender nesse meio. Quando analisamos o inverso, podemos perceber que um ambiente leve e acolhedor, tende a refletir comportamentos e expressões positivas, com mais diálogos e maior compreensão em relação às divergências de opiniões.
A CNV foca não somente no que a mensagem transmite, mas também na forma como ocorre a sua transmissão. Um dos pilares dessa linha de pensamento é a criação da empatia a partir da percepção e aceitação da vulnerabilidade.
Portanto, a técnica se baseia em competências de linguagem e comunicação que ajudam no remanejamento da maneira como cada um se expressa e escuta os outros. A proposta da CNV é a de que as respostas a estímulos de comunicação não sejam automáticas, mas sim que sejam mais conscientes e que se pautem em percepções do momento, do diálogo…
Os componentes da CNV
Para que a CNV se dê de maneira acertada, Rosenberg assinala para a necessidade de seus adeptos focarem em quatro componentes, que precisam ser expostos de modo objetivo:
- Observação
O primeiro componente destacado é o da observação. É preciso observar o que de fato está ocorrendo em determinada situação. Rosenberg explica que é válido se perguntar se a mensagem que está sendo captada – pela fala ou pelas ações – pode acrescentar positivamente. Deve-se realizar a observação a partir da compreensão daquilo que agrada e aquilo que não naquilo que está acontecendo e naquilo que o outro faz.
- Sentimento
Em segundo lugar, é preciso compreender que sentimentos a dada situação evoca após a primeira etapa, da observação. É realmente válido dar nome ao que se está sentindo – medo, chateação, alegria , raiva, etc. Nesse contexto, Rosenberg explica a importância de se permitir notar-se vulnerável, justamente para perceber seus conflitos e resolvê-los, com a compreensão da diferença entre aquilo que se está sentindo e aquilo que se está interpretando.
- Necessidades
Quando compreende-se o sentimento despertado, é pontual compreender quais necessidades se relacionam a ele. O psicólogo assinala que quando o indivíduo apresenta suas necessidades, existe uma maior possibilidade de que elas sejam compreendidas e atendidas. Além disso, é importante perceber que a consciência desses três componentes provém de uma auto análise individual, sobretudo honesta.
- Pedido
Com uma solicitação específica, diretamente relaciona à ações factíveis – concretas -, é possível apontar com clareza aquilo que se almeja conseguir do outro. Para tal Rosenberg aponta para a utilização de uma linguagem positiva, afirmativa, para realizar o pedido. Evite frases confusas, ideias abstratas e uma comunicação que possa gerar ambiguidade.
Então, para que serve a CNV?
Listamos algumas de suas finalidades abaixo. Confira:
- Gestão de equipes mais facilitada
- Conflitos resolvidos de maneira pacífica
- Diálogo facilitado
- Diminuição da recorrência de agressões verbais e mesmo físicas
- Ambiente considerado mais acolhedor
- Empatia como foco
- Construção e manutenção de relações mais saudáveis
- Formação de equipes mais integradas
- Humanização em determinadas áreas, como na saúde, por exemplo
Como colocar a CNV em prática?
Após o autoconhecimento e o olhar para si, é de suma importância abrir mão dos julgamentos prévios, já que, quando julgamos, nos entregamos a conclusões prévias que não nos permitem perceber de forma clara, interpretar as linguagens e colocar em prática nossa empatia.
Outro fator importante para se colocar em prática a CNV é trabalhar o reconhecimento das emoções que causam desconforto, ou seja, saber identificá-las para então evitar visões distorcidas sobre a realidade.
Quando direcionamos emoções para atividades construtivas, conseguimos demonstrar fraquezas e mostramos aquelas necessidades não supridas. É nessa troca que o próximo pode, igualmente, demonstrar suas necessidades e, juntos, é possível que sejam encontradas soluções para os conflitos.
Algumas dicas para exercitar a CNV
Como qualquer outra atividade e hábito que se adote, a CNV também precisa ser exercitada. A prática te aproximará da perfeição, pois quanto mais se pratica, mas se domina a técnica. Confira algumas dicas que separamos para você:
1- Evite acusar. A acusação não permite o diálogo, mas sim reações de defesa.
2 – Se faça entender: seja claro e objetivo
3 – Lembre-se: prejulgamento não!
4 – Não use de comparações entre outros e nem se compare a ninguém.
5 – Pratique a empatia, ou seja, se coloque no lugar do outro.
6 – Pense e repense rótulos, tanto os que colocam nos outros, quanto aqueles colocados em você.
7 – Evite os ataques mesmo quando precisar responder a ofensas.
8 – Busque mediação nos conflitos.
9 – Conheça e exponha suas vulnerabilidade, afinal, todos possuem as suas. Essa postura irá te aproximar das outras pessoas.
Você conhecia a CNV? Que tal aplicar essa linha de pensamento em suas relações com os colegas de trabalho ou mesmo na vida pessoal?
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