Crises econômicas a nível mundial

Grandes crises econômicas abalaram o mundo em diversos momentos da história.

Conforme o mundo tornava-se cada vez mais globalizado, as relações imbrincadas entre os países permitiam que cada vez mais, em contextos de crises, as mesmas reverberassem e atingissem economias de ainda mais países.

Resolvemos escrever um pouco sobre o assunto em virtude da pandemia do novo coronavírus a qual passamos a enfrentar no início do ano de 2020.

A pandemia, como sabemos, é de uma doença com prevenção e tratamento ainda desconhecidos pela ciência. O contexto da disseminação do vírus que ocasiona a Covid-19 exige, portanto, o isolamento social dos indivíduos e a imposição pelos governos de esquemas de quarentenas ao redor do mundo, situação que impôs grandes dificuldades econômicas aos países, em todos os segmentos comerciais e financeiros dos mesmos.

No decorrer da pandemia de Covid-19 assistimos a uma dramática situação: o aumento do número de mortos ao redor do mundo e, em concomitância, graves crises econômicas que atingem a praticamente todas as economias mundiais, em maior ou menor medida, interligadas.

Todavia, ainda que a doença continue a se disseminar, notícias promissoras agitaram a ciência e também os governos mundiais.

A onda otimista que se espalha pelo mundo se deve aos anúncios recentes de experiências positivas no tocante ao desenvolvimento de vacinas que prometem impedir a circulação do novo coronavírus entre nós.

Uma vacina, concreta e possível de ser disponibilizada a grande parte da população mundial não será, muito provavelmente, produzida em um espaço de tempo curto, já que o processo está condicionado a um período de testagem e adequação de doses, a observação da produção de anticorpos pelos inoculados, bem como a uma produção em larga escala que atenda os países a nível mundial.

Enquanto a ciência luta para encontrar os meios possíveis para o enfrentamento da crise sanitária que vivemos, os mercados mundiais seguem em queda, o que influencia diretamente no patrimônio e renda das famílias ao redor do mundo.

O que algumas pessoas podem não saber é que por uma série de motivos diferentes mercados entraram e entram em crise ao longo da história. Logo, é possível admitir que crises econômicas são cíclicas e ocorrem em decorrência de algum abalo

Uma breve análise de algumas das principais crises enfrentadas pelas sociedades ou parte delas pode ser importante para que tenhamos alguma noção sobre o nosso próprio futuro em face ao contexto que vivemos hoje.

Vamos a algumas elas:

A Grande Depressão de 1929

Se você nunca ouviu falar sobre as próximas crises econômicas das quais iremos falar, provavelmente se lembra, mesmo que remotamente, de ter ouvido sobre a Grande Depressão de 1929.

Após o término da Primeira Guerra Mundial e com a situação calamitosa na qual se encontrava o continente europeu, este passou a demandar de bens norte-americanos, que produzidos e vendidos em larga escala permitiram aos Estados Unidos usufruírem de um exponencial crescimento econômico.

Com a gradual recuperação europeia, principalmente a partir de 1925, a necessidade de aquisição de produtos americanos reduziu de forma significativa, o que fez com que os produtos encalhassem, gerando grandes prejuízos ao mercado americano.

A partir de então, com a substancial queda nas vendas, a contínua alta produção e estoques lotados, empresas abriram falência por todo o país, o que gerou desemprego em massa e a quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 29 de outubro de 1929.

Todo o colapso americano, que teve sua produção reduzida em 50%, foi decisiva para que o mundo sentisse os seus efeitos. O PIB mundial foi reduzido em 15%, gerando uma crise econômica a nível planetário.

A partir de 1933 o país iniciou uma recuperação após a adoção do New Deal que consistia em uma série de medidas de recuperação econômica, através de uma intervenção do Estado em sua economia, planos para oferta de emprego aos desempregados, de seguro desemprego, entre outras medidas.

Crise dos países latino-americanos – 1980

Se países precisam crescer é normal que tomem dinheiro emprestado.

Pois bem, em 70 diversos países latino-americanos passaram a tomar crédito barato com a finalidade investirem em projetos que melhoraram suas condições de infraestrutura.

Taxas de crescimento altas foram alcançadas a partir de então, como é o caso do Brasil que entre 1967 e 1974 cresceu exponencialmente em termos econômicos.

Foi também a partir de 1973 que ocorreram os “choques do petróleo”, eventos em que o preço do petróleo subiu substancialmente, ocasionando aumento da inflação nos EUA.

Para controlar a inflação no país, os norte-americanos elevaram os juros praticados com os demais países, o que incluía aquelas dívidas dos países latinos que haviam tomado crédito.

As dívidas resultaram na chamada “Década Perdida”, em 1980, para muitos desses países, que enfrentaram grandes problemas inflacionários. O Brasil, por exemplo, passou pelo seu pior contexto de inflação (1980-1989) justamente nessa época e em virtude desses eventos.

A crise foi gradualmente contornada com a adoção de estratégias de crescimento propostas pelo FMI e abandono de modelos econômicos prejudiciais a condição em que já se encontravam.

A crise do subprime – 2008

A crise de 2008 se deu em virtude de uma bolha imobiliária nos EUA. Para muitos essa é uma das maiores crises desde a Grande Depressão.

O contexto: os bancos passaram a ofertar crédito desde de 1990. A oferta de crédito imobiliário fez com que houvesse uma maior atração dos consumidores.

Os imóveis então tiveram uma alta valorização que vieram posteriormente seguidas de um aumento nos juros, impactando na valorização dos imóveis novamente.

A partir de então, os consumidores perderam o poder de honrarem com seus compromissos com as hipotecas, o que logo descapitalizou os bancos. A bolha imobiliária foi justamente em virtude da grande oferta inicial de crédito seguida da alta dos juros.

Foi nesse ano que o Lehman Brothers declarou falência. A bolha e suas consequências foram sentidas pelas principais bolsas mundiais, gerando uma grave crise econômica sentida em todo o mundo, em maior ou menor medida.

Os esforços dos bancos centrais não foram suficientes para conter a crise que em dois anos atingia também a zona do euro.

A recuperação também ocorreu de forma gradual e com o passar dos anos.

As projeções para o cenário econômico pós pandemia de Covid-19 não é das mais animadoras, principalmente para os países mais desenvolvidos.

Isso porque eles haviam encontrado um patamar confortável economicamente falando, com crescimento acentuado anualmente.

Dessa maneira, acredita-se que em países mais desenvolvidos os impactos da pandemia sejam mais sentidos em suas atividades e em seus mercados.

As crises vivenciadas pelo mundo em diversos momentos na história mostram que a recuperação veio, porém com a adoção de medidas, cada qual em seus contextos, que foram importantes para a retomada econômica.

Sem dúvidas, o que irá determinar os próximos passos das sociedades e os abalos econômicos, bem como sua extensão, será o tempo de isolamento social para vencer o coronavírus.

A resposta mais rápida para tal será a disposição de vacinas para que as populações possam se proteger e então retomar suas atividades em sua total normalidade.

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