Doação de sangue: um pouco de sua história, como, onde e quem pode doar?

Hoje vamos falar um pouco sobre esse ato de solidariedade e tão importante para toda a sociedade, principalmente em um tempo no qual o mundo precisa lidar com uma pandemia de uma doença que a ciência ainda não conseguiu definir exatamente como se comporta.

Em primeiro lugar, você sabia que sangue é um tecido vivo? É isso mesmo. O sangue é um tecido vivo que circula por todo o organismo e, a partir de então, tem o papel de transportar a todos os órgãos do corpo nutrientes e oxigênio.

Formado por quatro componentes, sua composição é a seguinte:

  • Hemácias
  • Plasma
  • Plaquetas
  • Leucócitos

A produção do sangue se dá na medula óssea dos ossos chatos, costelas, vértebras, crânio, esterno e quadril.

Transfusões heterólogas do século XVII

As primeiras transfusões de sangue foram realizadas em animais e datam do século XVII. A Richard Lower é atribuída a primeira experiência desse tipo, quando o mesmo, em 1665 realizou uma demonstração em Oxford.

Transfusões de sangue humano (XIX)

A primeira transfusão de sangue entre seres humanos foi realizada por James Blundell no ano de 1818. Após realização de experiências entre animais, o mesmo as realizou em mulheres acometidas de hemorragia pós-parto, mas dessa vez com sangue humano.

As transfusões homólogas (ou seja, entre animais da mesma espécie) eram a chave para que pudesse ter início o processo de salvamento de vidas a partir da transfusão de sangue.

Entre muitas experiências e processos que precisaram ser enfrentados para que a doação e transfusão de sangue pudesse ocorrer do modo que a conhecemos hoje, fica como legado o aprendizado e a conscientização de que essa é uma forma gratuita e quase indolor de salvar vidas! É fácil, seguro e muito rápido!

Para que você seja um doador precisa se dirigir a um centro especializado de coleta. Seu sangue pode ser utilizado tanto para intervenções clínicas quanto para transfusões.

Doação de sangue no país

No nosso país, infelizmente, apenas 1,6 do total da população é doadora de sangue. Segundo a Organização Mundial de Saúde, de 1 a 3% são necessários para que a população seja considerada segura, ou seja, isso esclarece que o índice brasileiro ainda é baixo, principalmente frente a outros países como os europeus e os EUA, em que esse índice permanece entre 5 e 7%.

Posso doar sangue? Quais são as regras?

Os requisitos para a doação de sangue são regidos pelo Ministério da Saúde e Associação Americana de Bancos de Sangue. Eles atendem às normas internacionais e nacionais dos indivíduos que se encontram aptos à doação.

Essas exigências e requisitos são cruciais tanto para proteger o doador quanto aquele que recebe a doação, isso porque a saúde de quem doa não pode ser prejudicada e, por sua vez, quem recebe a doação não pode correr o risco de receber sangue contaminado por qualquer tipo de doença.

  • Idade: deve ser de no mínimo 16 anos, porém com autorização dos responsáveis e,no máximo, 69 anos. Nesse caso, pessoas com mais de 60 anos só podem doar se já tiverem feito antes disso.
  • O peso: Mínimo de 50 kg
  • Descanso/ repouso: mínimo de 6 horas dentre as últimas 24 horas
  • Não realizar jejum, preferencialmente. Mas também não ingerir comidas muito gordurosas, caso tenha efetuado refeição muito farta, aguardar 3 horas para efetuar a doação.
  • Álcool: Não ter ingerido álcool nas últimas 12 horas.
  • Exercícios: Não ter realizado exercícios pesados nas últimas 24 horas.
  • Fumo: Não ter fumado tabaco nas últimas 2 horas.

É necessário apresentar documento original com foto atual para realização da doação.
(RG, Carteira de Habilitação, Carteira de Trabalho ou Previdência Social)

Para o homem: é possível realizar a doação a cada 60 dias. Poderá fazê-lo 4 vezes ao ano.

Para a mulher: a doação pode ser realizada a cada 90 dias. Poderá fazê-la 3 vezes ao ano.

Quem não pode doar?

Não poderá doar sangue todos aqueles indivíduos que não se encaixem nos pré-requisitos listados acima e, além disso,

  • Pessoas em estado de anemia;
  • Pessoas com febre no momento da doação;
  • Pessoas com hipertensão ou hipotensão no momento da doação;
  • Pessoas com batimentos cardíacos acelerados ou demasiado lentos;
  • Pessoas com quaisquer doença infecciosa crônica ou que seja transmissível pelo sangue: AIDS, Hepatite B, C, Doença de Chagas, câncer, Hanseníase, HTLV;
  • Pessoas portadoras ou que já tenham contraído malária;
  • Usuários de drogas injetáveis;

Pessoas LGBT

É possível, desde julho e 2020, que homens gays doem sangue em território brasileiro.
Segundo o STF era inconstitucional a restrição em cláusula da doação por “homens que tiveram relações sexuais com outros homens e/ou as parceiras sexuais destes nos 12 meses antecedentes”.

Essa decisão consta no Diário Oficial da União desde 8 de julho.

Onde doar? E como devo fazer?

O processo de doação de sangue dura, aproximadamente, algo entre 40 minutos a 1 hora. Você fará um cadastro, a aferição de sinais vitais, um teste para verificar a existência de anemia, passará por uma triagem clínica, e após isso, passará pela coleta do sangue.

Após a doação, você receberá um lanche também.

Há a disponibilização pelo Ministério da Saúde de uma lista com todos os hemocentros do Brasil e, a partir dela, você poderá conferir qual está localizado mais próximo de sua residência.

Após doar sangue, o que devo fazer?

Seguem algumas orientações a serem seguidas após a doação:

  • Ingira água em abundância nas primeiras 24 horas após a doação. Isso ajudará na reposição do volume de sangue retirado.
  • Não ingira bebidas alcoólicas 24 horas seguintes à doação.
  • Não fume nas 2 horas seguintes à doação.
  • Evite exercícios físicos nas próximas 12 horas.
  • O curativo deve ser mantido durante 4 horas. Após a retirada, caso volte a sangrar, pressione o local por até cinco minutos e mantenha novo curativo por mais 4 horas.
  • Se você se sentir mal, contacte o hemocentro mais próximo de sua residência.
  • Se você acredita que seu sangue não deve ser doado por algum motivo, informe ao hemocentro o mais brevemente possível.

 

Doe sangue, doe vida!

 

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