As mulheres estão cada vez mais engajadas quando o assunto é ter uma
profissão e conquistar espaço no mercado de trabalho.
A mudança nas concepções sociais e de gênero e a passagem dos anos foram
as principais responsáveis pela mudança de prioridades no entendimento deste
grupo quanto a seu lugar na sociedade.
Se antes casar-se, ser mãe e constituir uma família figuravam como principais
focos da mulher, hoje o interesse do grupo gira em torno principalmente de
conquistar seu espaço no meio profissional. Historicamente, foi durante o
evento da Revolução Industrial primeiro momento em que houve uma
sistemática incorporação da mão-de-obra feminina no mercado de trabalho.
Incorporadas às fábricas, as contratações tinham como intuito reduzir despesas
salariais e ocupar mulheres, mantendo-as na linha. A mulher a partir de então
começa a adentrar no mercado do trabalho, pois, sobretudo, passara a
contribuir com as necessidades financeiras de seus núcleos familiares,
adotando nova posição na sociedade.
Todavia, foi somente após o período da Grande Guerra (que engloba a I e II
Guerras Mundiais) que esse movimento se expande e grupos de mulheres
começam a executar funções antes encabeçados por homens.
Este período das guerras que desestabilizaram o mundo fez com que muitas
mulheres precisassem assumir a direção das empresas e negócios de suas
famílias, tornando-se então peça chave na condução de seus lares. É possível
afirmar que este processo se deu durante os anos de conflito, e além disso,
também em tempos posteriores, em face do expressivo número de óbitos e
acidentes que tornaram muitos homens inaptos à execução de suas tarefas.
Desigualdades entre mulheres e homens no mercado de trabalho
Pesquisa recente (2021) publicada pelo Instituto Brasileiro de Economia, que
pertence a Fundação Getúlio Vargas (FGV) revelou que o número de
desempregados é superior dentre às mulheres se comparado aos homens. Na
verdade, esta realidade é apontada por pesquisas realizadas ainda em 2012.
Segundo este levantamento no ano de 2021 o índice de desempregadas era
de 16,45%, o que indicava que no segundo ano de pandemia mais de 7,5
milhões de mulheres se encontravam nesta situação. Em sua totalidade,
ainda segundo o estudo, o índice médio anual de desemprego na economia
foi de 13,20% em 2021.
A pesquisa foi realizada a partir da análise de dados coletados através da
PNAD de 2021, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). A FGV afirmou ainda que entre os anos de 2014 e 2019, o efetivo
feminino no mercado de trabalho apresentou um crescimento contínuo,
alcançando 54,3% no ano de 2019.
Com a pandemia iniciada em 2020, este índice apresentou um recuo,
chegando a 49,45%, número este que se mostrou inferior ao início da série
histórica, em 2012, quando os números alcançaram 51,58%. O ano de 2021
revelou uma pequena melhora nos índices – 51,56%. O que chama atenção é
a diferença observada entre mulheres e homens quando o assunto é
participação no mercado de trabalho. Os números femininos são cerca de
20% inferiores aos dos homens. Quando em 2012 o grupo de homens
inseridos no mercado de trabalho era de 74,51%. Com a pandemia, em 2020 ,
esse índice chega a 69,78% e, já em 2021, se eleva para 71,64%. A pesquisa
mostra de forma clara como a efetiva participação feminina no mercado de
trabalho ainda fica bem aquém da masculina. Durante a pandemia, inclusive,
foi possível perceber um recuo alarmante que igualou os números de
mulheres inseridas no mercado àqueles observados em 2012.
Evidentemente, as mulheres ainda são um grupo social demasiadamente
afetado quando o assunto é equidade de inserção no mercado de trabalho,
equidade de direitos e equidade salarial.
Feminismo e igualdade
Ainda que leis tenham garantido direitos às mulheres – licença remunerada do
trabalho durante as últimas semanas gestacionais e proibição do trabalho
feminino das 22 às 5 horas, uma série de violações perduraram durante anos,
ainda são gritantes as diferenças salariais observadas entre os gêneros e, além
disso, as mulheres tendem a ocupar cargos que exigem menor escolaridade do
que aquela que estas possuem.
A efetiva entrada da mulher no mercado de trabalho reorganizou a concepção
de família. A mulher deixa de ser responsável unicamente pela organização do
lar e cuidado com a prole e os homens, por sua vez, perdem o posto de
provedores. Portanto, a inserção da mulher no mercado de trabalho foi fator
crucial para a reorganização dos papeis sociais. A partir de então, homens
passaram a também executarem tarefas domésticas, muito embora estas ainda
fossem e sejam largamente e em maior medida executadas por mulheres –
mesmo aquelas que cumprem 40 horas de trabalho semanais.
A sociedade vem, portanto, passando por uma série de adaptações desde que
as mulheres passaram a ocupar novos papeis sociais. As questões de gênero
passam a ser cada vez mais discutidas e mulheres são cada vez mais
convidadas por seus pares a pensarem sobre seus direitos.
Neste 8 de março a COOPBANK reforça a importância do respeito aos direitos
das mulheres, sejam eles básicos, trabalhistas, ou quaisquer outros.
Reforçamos ainda que lugar de mulher é onde ela quiser.
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