Os vícios no ambiente de trabalho: como impactam a produtividade do colaborador?

Mesmo que nos últimos 20 anos o número de fumantes tenha reduzido quase 30%, esse numeral é ainda muito expressivo. Enquanto 7,1 milhões de mulheres são fumantes, o número de homens ultrapassa esse valor e atinge a marca de 11,1 milhões de tabagistas. No caso de consumo de álcool, por sua vez, o consumo do item se elevou e aumentou 43% em 10 anos.

Os inegáveis impactos na saúde são visíveis com um consumo tão expressivo de tais substâncias e de uma forma geral as pessoas têm conhecimento dos mesmos. O que muitos não sabem é que o uso vicioso do álcool e do tabaco podem também afetar a produtividade no ambiente de trabalho.

O impacto na produtividade do colaborador se dá porque em muitos casos o vício não se restringe somente ao horário de lazer e, por isso, seus efeitos são sentidos no ambiente de trabalho. Desse modo, é muito importante dar atenção à questão e então debate-la também no meio laboral.

A partir de agora, neste artigo, veremos como tanto o vício do tabagismo quanto o do alcoolismo são capazes de influenciarem na produtividade no trabalho. Além disso, entenderemos como é possível superar esse problema.

O funcionário perde o foco e tempo no trabalho

A utilização de drogas, tais como o tabaco e o álcool, acarretam mudanças na forma como o cérebro funciona. Quando o uso já caracteriza o vício, se torna ainda mais difícil haver transformações. O sistema de recompensa é responsável principal pela dependência e leva à necessidade de a todo tempo buscar-se o agente da dependência.

Com ênfase nessas mudanças cerebrais, torna-se comum que o dependente dessas substâncias não tenha facilidade em concentrar-se. A depender da intensidade do vício, mais difícil é se manter concentrado nas tarefas a serem executadas no trabalho, visto que o pensamento se concentra na parada futura durante o expediente, intervalo em que a pessoa acaba fumando ou mesmo bebendo. Nesse caminhar, a produtividade no trabalho acaba sendo comprometida.

Os fumantes, em especial, possuem menor capacidade de concentração. Os frequentes intervalos para fumar são responsáveis por ocupar em média 20% da jornada diária total. E, como fator adicional, ao retornarem para seu posto de trabalho, se soma ao problema a abrupta interrupção do fluxo de atuação, o que acaba retardando a produção, que deverá ser reiniciada.

Portanto, a falta de foco leva o funcionário que bebe e/ou fuma a aproveitar de forma bem menos consistente a jornada de trabalho, a perder tempo e, por conseguinte, a se tornar menos produtivo.

Riscos

Pesquisadores afirmam que o álcool, mesmo quando não leva à embriaguez total, tem a capacidade de afetar a capacidade cerebral. Sua constante utilização pode gerar inúmeros problemas motores, de memória e de cognição que passam despercebidos por seus consumidores.

Esses problemas elevam os riscos de ocorrência de acidentes de vários tipos, desde aqueles de locomoção simples, até aqueles que envolvem máquinas operadas para a execução do trabalho.

O próprio cigarro pode incorrer em problemas desse tipo, já que a necessidade  de acabar rápido com a o labor para que se possa fumar pode levar a desatenções, e a pressa pode levar a ocorrência de acidentes.

Ambiente de trabalho conturbado

Estudos apontam que o álcool é capaz de modificar a personalidade de quem faz uso dele, mesmo após uma dose pequena. Há uma tendência grande para o desenvolvimento da agressividade em muitas pessoas que se dá a partir do momento em que o indivíduo se torna incapaz de perceber as consequências de seus atos.

A produtividade no trabalho pode ser profundamente afetada quando da piora do clima organizacional.

O tabagismo, por sua vez, impacta diretamente no humor. A Universidade do Sul da Califórnia realizou uma pesquisa que apontou que pessoas que deixam de fumar — assim como de beber — têm um humor melhorado durante o período de abstinência, mesmo com toda a dificuldade do processo.

Essas questões psicológicas interferem de forma direta na forma como funcionários se dão no ambiente de trabalho e na maneira como interagem com os demais colegas. Com o vício, os relacionamentos acabam sendo mais dificultados e os conflitos no interior da empresa surgem com maior intensidade, o que influencia no clima organizacional geral.

O vício acarreta problemas de saúde

Por intervirem no organismo de forma direta, o álcool e o tabaco são capazes de causar muitos danos à saúde das pessoas. No Brasil, dados apontam o quanto essas substâncias são danosas e o país aparece em quinto lugar no ranking de países onde ocorrem maior número de mortes ocasionadas pelo álcool no continente americano.

O câncer de mama em mulheres pode ser duas vezes mais aumentado com o consumo de álcool. O álcool também eleva o risco de, entre outras doenças:

infarto;

esquizofrenia;

depressão profunda;

demência antes dos 65 anos;

O cigarro, por sua vez, eleva o risco de cânceres de pulmão, boca, estômago e bexiga. Eleva ainda chances de desenvolvimento de Alzheimer, cardiopatias, catarata, glaucoma e eventos depressivos.

Esses danos são extremamente prejudiciais para a vida do indivíduo como um todo, o que inclui as dificuldades e improdutividade no ambiente de trabalho.

Aumento no absenteísmo

Os agravos à saúde fazem com que muitas pessoas acabem faltando ao trabalho, ou seja, isso eleva a taxa de absenteísmo. As licenças podem ser curtas ou longas, o que varia em que pese ao problema de saúde do funcionário.

As licenças, curtas ou estendidas são prejudiciais para à integração das equipes, e consequentemente para a produtividade no trabalho.

O que a empresa pode fazer?

Mediante colaboradores que encaram algum tipo de vício em tabaco e/ou Se valer apenas de licenças e afastamentos pode não ser a ajuda necessária e apropriada ao trabalhador nessa situação.

É preciso, portanto, investir na conscientização e no estímulo de prática de hábitos saudáveis. A intenção deve ser a de apontar que lidar de forma lúcida com essas questões auxilia os colaboradores a serem mais produtivos o ambiente de trabalho

Os resultados podem ser melhorados quando o bem-estar dos colaboradores é alvo da empresa, por isso é interessante fazer parcerias com instituições que ofereçam programas especiais de conscientização e cuidados com a saúde, física e mental.

Quando os vícios de colaboradores são de conhecimento dos gestores, a empresa deve zelar para tentar reduzir esses hábitos e assim cuidará da produtividade da empresa ao passo que zela pela saúde de seu colaborador e parceiro de crescimento. O resultado será um crescimento estruturado e uma maior economia em todos os âmbitos.

Com este artigo vimos o quanto é importante cuidar para evitar e extirpar os vícios, uma vez que são danosos mesmo no ambiente de trabalho. Cuide da sua saúde!

 

 

 

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