Pandemias em tempo de mundo globalizado: apenas um problema potencializado?

Chamamos pandemia um evento em que uma epidemia se dissemina por um ou mais continentes ao redor do globo, podendo mesmo se atravessar barreiras e atingir a todos os continentes do planeta. Soma-se a definição a consideração de seu grande poder de contágio e capacidade de ceifar expressiva quantidade de vidas.

Em exemplos práticos, enquanto a AIDS (Síndrome da imunodeficiência adquirida) caracterizou uma pandemia principalmente nos anos 80, os cânceres, embora matem grande quantidade de pessoas, não podem ser identificados como epidêmicos ou pandêmicos. Isso ocorre porque a primeira doença é contagiosa, enquanto a segunda não.

Outro grande exemplo de doença infecciosa responsável pelas maiores epidemias ao longo da história e muito bem documentada é a peste bubônica, que na Idade Média (XVI) recaiu sobre as populações do continente europeu, por exemplo, onde estima-se ter matado cerca de 95% das populações de algumas regiões.

Nesses eventos convencionou-se chama-la Peste Negra, principalmente em função do escurecimento das extremidades do corpo dos acometidos pela moléstia.

Ilustração dos efeitos da peste sobre as populações na Idade Média.

Em tempos menos remotos podemos utilizar como exemplo a circulação do H1N1 pelo mundo, que em 1918 conformou o evento pandêmico chamado Gripe Espanhola e já em 1957 a Gripe asiática que também atingiu os continentes de forma extensa.

Um contexto novo e propício…

Nas duas últimas décadas ao menos 30 novas doenças foram diagnosticadas ao redor do globo.

A dinâmica do mundo atual contribui em muito para que os efeitos de doenças epidêmicas sejam potencializados: pobreza urbana extrema, excesso de pessoas sem serviço de saúde adequado, negligência no desenvolvimento de vacinas ou falta de preocupação da população em imunizar-se com aquelas que existem, aglomeração de pessoas, etc.

Podemos considerar, dessa maneira, como fatores favoráveis ao surgimento e disseminação dessas doenças os expressivos impactos causados pelo homem ao meio ambiente, as interação com animais diversos, incluindo os selvagens, a contaminação das águas, o crescimento desordenado da população e a consecutiva aparição de megafavelas, bem como a industrialização crescente.

Esses são fatores que somados aos anteriores contribuem também para a disseminação de novas doenças.

Portanto, as mudanças grandes mudanças tecnológicas, demográficas e sociais são decisivas para o potencial aumento da transmissão de doenças.

O mundo globalizado, por sua vez, favorece em muito a essa condição de disseminação, visto que reduz de forma substancial a distância e as fronteiras entre os países.

É essa redução que explica o deslocamento dos vírus e bactérias que em um mundo extremamente globalizado viajam a todo instante e com grande velocidade a bordo de navios, aviões e trens.

Em espaços de tempo de décadas surge algum tipo de microorganismo que invade o organismo humano e se espalha pelo mundo, causando epidemias com potencial pandêmico.

Uma outra face…

Você sabia que ocorrem mutações na estrutura dos micróbios? Sim, é verdade! Isso ocorre de maneira a garantir que eles sobreviverão, uma vez tendem a desaparecer conforme os humanos ganham imunidade após enfrenta-los.

Em resistência a isso, a humanidade responde com o desenvolvimento de vacinas capazes de protegerem suas gerações e as próximas. Evidentemente, esse não é um processo simples. O processo requer tempo, pois é preciso uma bateria de testes laboratoriais e clínicos em animais e humanos. Posteriormente vem a fase da produção, que em larga escala, requer ainda mais tempo.

O mundo globalizado apresenta sua outra face, afinal duas cabeças pensam melhor do que uma, certo? Da mesma maneira que a globalização potencializa a circulação de doenças, um mundo em constante interação possibilita a colaboração entre cientistas e médicos de todas as nações.

Quando pactuam aqueles elementos que observam no tratamento clínico aos pacientes, nos laboratórios, etc, são capazes de combater de forma mais assertiva as doenças, podem sinalizar para o comportamento da mesma e, principalmente, podem colaborar para a utilização de medicamentos mais eficientes e mesmo para a descoberta de uma vacina em um tempo menor.

Essa é a tendência que observamos com o novo coronavírus:

Uma série de nações trabalhando em prol da descoberta de uma medicação adequada ao tratamento e de uma vacina capaz de frear o desenvolvimento do vírus pelo mundo, o que garantirá possibilidade de retorno a vida em sua normalidade.

Agora o que nos cabe é acreditarmos na ciência e em sua capacidade e auxiliarmos os profissionais que precisam se expor ficando em casa. #Ficaemcasa!

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