Prevenção do Suicídio: Setembro Amarelo

Suicídio: Um Mal Silencioso – Setembro Amarelo, O Que Podemos Fazer A Respeito

Assim como muitos meses do ano são marcados por campanhas de prevenção a doenças, como o câncer de mama, no mês de outubro, conhecido como Outubro Rosa, por exemplo, ou o câncer de próstata, no mês de novembro, marcando o Novembro Azul, os meses de setembro dos anos, desde 2015, quando a campanha foi criada no Brasil, marcam um movimento de prevenção ao suicídio.

Esta campanha ficou conhecida como SETEMBRO AMARELO e foi criada em conjunto pelo Centro de Valorização da Vida, pela Associação Brasileira de Psiquiatria e pelo Conselho Federal de Medicina.

O dia 10 desse mês marca o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, o que mostra a importância que o movimento possui ao redor do mundo

Afinal, qual a importância de se pensar na questão do suicídio e de promover uma campanha?

O suicídio é uma questão que antes de ser individual, puramente, é também uma questão que envolve a saúde da população e, portanto, se enquadra em uma problemática de saúde pública.

Diferentemente do que se pensa, o suicídio não é um ato raro ou isolado, ou seja, o problema não afeta poucas pessoas como se pressupõe.

Ao menos, podemos afirmar isso com base nos dados apresentados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que sinaliza para uma morte em razão do suicídio a cada 40 segundos ao redor do planeta.

Nesse sentido, em um ano são registrados números próximos a 1.000.000 de casos.

Motivações?

Variados podem ser os motivos que levam os indivíduos ao suicídio ou a tentativa de cometê-lo, porém, em geral, como afirma o Centro de Valorização da Vida, os casos em sua maioria se relacionam a transtornos de ordem mental como a esquizofrenia, a dependências químicas em geral, a depressão ou a bipolaridade, por exemplo.

Determinas situações vivenciadas por determinados indivíduos podem também funcionar como gatilhos que desencadeiam atitudes como as de tentativa de retirar a própria vida.

Exposições a grandes traumas, inesperados e impactantes, são exemplos que podem afetar seriamente a vida de indivíduos, principalmente aqueles tendentes ou predispostos a tal.

A descriminação sofrida por gays, lésbicas e transgêneros, por exemplo, também pode ser um forte gatilho para o suicídio. Além disso podemos acrescentar a essa lista negros, imigrantes e pessoas com obesidade.

Suicídio no meio bancário: uma realidade pouco conhecida

É possível que para muitos seja difícil fazer a relação entre o serviço bancário e suicídios, mas existe uma forte relação entre os casos e esse ofício, por esse motivo a importância em se pensar e debater o setembro amarelo nas instituições financeiras.

Doenças voltadas para o sofrimento psíquico são comuns ao trabalho ao qual se submetem os bancários, isso se dá em virtude do forte estresse emocional das instituições financeiras e na necessidade mensal de se bater metas.

Além disso, esses profissionais quando não precisam lidar diretamente com clientes e grandes filas, são responsáveis por gerenciar grandes contas e expressivos montantes de dinheiro.

Dessa maneira, grandes são as responsabilidades voltadas ao ofício.

Já existem estudos que atestam através da coleta de dados com bancários para a importância de se pensar o suicídio e os motivos nesse meio.

A pesquisa realizada em 2013 pela professora Mayte Amazarray, da UFCSPA, através da coleta de dados por meio eletrônico revela dados alarmantes sobre a vivência de bancários e seu adoecimento.

Dentre 1.787 bancários entrevistados:

– 38% sofreram algum acidente de trabalho;
– 11,54% haviam sido assaltados ou sequestrados no ambiente de trabalho;
– 56% temiam ser demitidos;
– 47,64% deixaram de lado seus valores éticos pelo emprego
– 88,23% haviam sido expostos a conflitos ou hostilidades.

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• Os dados sobre a pesquisa apresentados pela estagiária em Jornalismo, Marina Lehmann são:

Perfil dos participantes

1.787 bancários do Rio Grande do Sul

Onde vivem

50,88% da capital e 49,12% do interior

Sexo
49,17% homens e 50,83% mulheres

Idade
A idade variou 20 a 66 anos, com média de 39 anos e 3 meses

Tempo de trabalho
O tempo de trabalho 1 mês e 39 anos.

Onde trabalham
82,42% são trabalhadores de instituições públicas. 66,32% trabalham em agências e
33,68% dos trabalhadores desempenham funções de departamento.

Estado civil
52,87% eram casados, 28,50% solteiros, 9,75% possuíam união estável.
8,39% separados/divorciados. Escolaridade
52% Ensino Superior Completo
26% possuíam Pós-Graduação
22,09% concluíram o Ensino Médio

No trabalho
21,34% cumprem mais de 40 horas semanal.

Trabalho e vida pessoal
89% sentem que o trabalho interfere negativamente em outras áreas da vida

Afastamentos
49% já se afastaram por motivos de saúde

Medicação
26% utiliza medicação psiquiátrica; destes, 40% acreditam que o uso de medicação psiquiátrica e/ou substâncias psicoativas está relacionado ao trabalho

Estresse
67% dos bancários sentem-se nervosos ou preocupados, 50% dormem mal, 47% tem se sentem tristes ultimamente e 42% referiram que o trabalho é penoso e causa sofrimento

Insatisfação
25% dos bancários estão insatisfeitos com a vida.

Fonte: Imprensa SindBancários

Os dados apresentam uma heterogeneidade grande entre os entrevistados, fator esse que denota ainda mais percepções bem próximas sobre o ofício dentre pessoas tão diferentes em todos os níveis: escolaridade, vida pessoal e estado civil, por exemplo.

Como é possível auxiliarmos na prevenção do suicídio?

  • Sindicato que invista em pesquisas para melhoria da vida dos colaboradores em ambiente de trabalho
  • Combate ao assédio moral
  • Combate ao sofrimento psíquico

Percepção de sinais de alerta: isolamento, desinteresse, falta de produtividade, comentários sobre morte ou pouca vontade de viver

DICA: O Centro de Valorização da Vida é uma instituição sem fins lucrativos que trabalha em prol da prevenção do suicídio.

Precisa conversar sobre algum desconforto pelo qual esteja passando?
Ligue 188 ou acesse o chat no site da instituição.

Sua vida é muito importante!

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