Recentemente foi publicada uma pesquisa elaborada pelo VAGAS.com que
revela dados alarmantes sobre os índices de assédio moral dentre os
trabalhadores. Segundo a pesquisa, 52% dos profissionais no mercado de
trabalho já sofreram algum tipo de assédio moral. O inquérito observa
ainda que quase 90% deles afirmam nunca terem denunciado a situação aos
seus superiores.
Assédio configura toda e qualquer situação que ocorra de maneira
recorrente na empresa e que exponha o colaborador a situações vexatórias
ou que o constranja perante seus colegas, atingindo-o mental e fisicamente.
Neste contexto se adequam cobranças excessivas, mentiras, xingamentos,
ofensas em geral, etc.
Situações que de alguma maneira sejam vexatórias ou ofensivas ao
colaborador podem ser observadas como assédio moral no ambiente de
trabalho. Para que este tipo de comportamento extremamente nocivo ao
nome da empresa e ao bem-estar dos funcionários seja evitado é
mandatório a adoção de ações de prevenção.
Neste artigo você vai entender um pouco mais sobre este assunto, entendo
o que de fato configura o assédio moral, os efeitos que este comportamento
acarreta e por fim, como evita-lo e que atitudes tomar caso se depare com
algum caso do gênero. Continue lendo.
O que configura o assédio moral no ambiente de trabalho?
O assédio moral no trabalho se caracteriza quando situações recorrentes
acabam expondo qualquer colaborador a constrangimento ou situação
análoga que atente contra sua moral.
É configurado o assédio moral quando, no ambiente de trabalho, essas
práticas negativas se dão de forma recorrente e não isoladamente. O
assédio moral pode partir de qualquer colaborador, ou seja, não há
necessariamente uma questão hierárquica, o que implica dizer que mesmo
entre funcionários com funções análogas o comportamento pode ocorrer.
De uma maneira geral, pessoas que praticam este tipo de assédio o fazem
com o objetivo de desestabilizar o outro profissional, que poderá sentir os
efeitos em sua mente e corpo. O assédio moral pode aparecer na forma de:
Xingamentos;
Metas consideradas abusivas;
Humilhações;
Cobranças desnecessárias;
Fofocas…
Conheça os tipos de assédio moral
O assédio moral no trabalho pode ser dividido em três tipos, de acordo com
a motivação de quem ele parte:
Assédio Moral Vertical
O assédio moral é considerado vertical quando no ambiente de trabalho ele
se divide entre descendente e ascendente. O assédio descendente é mais
corriqueiro e é praticado pelo superior contra os colaboradores de menor
nível hierárquico.
O tipo ascendente, por sua vez. ocorre por parte de um profissional com
cargo menor contra o seu superior, gestor ou alguém que esteja num nível
acima do dele. Esse tipo de assédio é bastante incomum no interior das
instituições.
Assédio Moral Horizontal
O assédio moral horizontal se dá entre profissionais que se encontram
hierarquicamente equiparados. Essa situação é corriqueira nas empresas.
Assédio Moral Misto
O assédio moral misto é verificado no ambiente de trabalho quando o
colaborador lida com situações vexatórias repetitivas que partem do seu
gestor (que possui nível hierárquico mais elevado) e por parte daqueles que
possuem a mesma posição dentro da empresa.
O assédio moral no trabalho de acordo com a lei
O artigo 146 do Código Penal classifica como crime o assédio moral no
trabalho. De acordo com o artigo, o assediador pode permanecer recluso
por até dois anos caso atente contra a dignidade de outrem no ambiente de
trabalho.
Artigo 146-A do Código Penal: Ofender reiteradamente a dignidade de
alguém causando-lhe dano ou sofrimento físico ou mental, no exercício de
emprego, cargo ou função.
Pena: detenção, de um a dois anos e multa, além da pena correspondente à
violência.
§ 1º – Somente se procede mediante representação, que será irretratável.
§ 2º – A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18
(dezoito) anos.
§ 3º – Na ocorrência de transação penal, essa deverá ter caráter
pedagógico e conscientizador contra o assédio moral.
Contudo, não existe uma legislação específica sobre o tema, apesar de
haver discussões e projetos referentes ao assunto em tramitação no
Congresso Nacional.
Como o assédio pode impactar a vida do trabalhador?
Depressão
A Organização Mundial de Saúde (OMS) disponibiliza dados que
mostraram que um número superior a 75mil colaboradores desenvolveram
um quadro de depressão e solicitaram afastamento do emprego em virtude
do assédio moral no trabalho.
A depressão pode ser desenvolver no colaborador em função do assédio
moral, porque a prática afeta de forma contundente o lado emocional do
colaborador, que provavelmente terá seu rendimento abalado, somatizando
tristeza e pessimismo em sua vida profissional e pessoal.
Síndrome do Pânico
Medo irracional, mal-estar ou crises ansiosas que se dão de forma
repentina. A síndrome do pânico pode se dar em virtude dos traumas ou
mesmo da auto cobrança para realizar o que é inatingível ao ser humano
saudável.
Redução da autoestima
A pressão excessiva que se sente, com um assédio moral em curso, torna o
profissional tendente ao desenvolvimento de baixa autoestima. Esse cenário
ocorre, porque o colaborador será a todo momento exposto como incapaz.
Nesse sentido, o mesmo tende a se sentir incapaz frente aos demais colegas
e este sentimento afetará seu desenvolvimento e produtividade.
Ansiedade
A ansiedade é uma consequência para quem vive o assédio moral no
trabalho. Trabalhadores assediados tornam-se mais pressionados,
preocupados e nervosos na execução das suas tarefas cotidianas.
Essa ansiedade fruto do assédio moral é resultado de uma crença do
colaborador assediado de que qualquer deslize o fará ser motivo de
ridicularização frente seus colegas ou mesmo por eles, assim como por seu
gestor, a depender de quem o assedia rotineiramente.
Distúrbios psicossomáticos
O assédio moral no trabalho também pode desencadear o desenvolvimento
de distúrbios psicossomáticos ao colaborador que sofre com a prática. Os
distúrbios se dão quando fator emocional resulta uma doença física.
Ou seja, em momentos de irritação ou ansiedade, ocasionados pelo assédio
moral, podem resultar em dores de cabeça, dores no peito, dores
musculares, aumento da pressão arterial, insônia, gastrite, rosácea, psoríase,
baixa da imunidade, espasmos, entre outros problemas.
O que a instituição deve fazer após receber uma denúncia de assédio?
O primeiro passo a ser tomado após uma denúncia de assédio é a abertura
de um processo de investigação, para que se possa apurar as circunstâncias
com as partes envolvidas. É muito importante impor e respeitar prazos para
a conclusão da investigação e, claramente, deixa-la aberta aos demais
colaboradores.
Outro passo importante é o de verificar junto ao setor jurídico sobre o
posicionamento legal a ser tomado pela empresa, para que na situação a
empresa caminhe e respeite a lei.
Também é crucial que a empresa ofereça ao colaborador assediado apoio
psicológico, recurso importante para que este se sinta acolhido.
Como atitude final, a empresa deverá considerar as provas colhidas e se
cabível advertir, punir ou reincidir seu contrato, a depender da gravidade da
situação.
Como identificar e evitar casos de assédio moral na empresa?
Existem uma série de ações que podem ser bastante efetivas na prevenção
do assédio. Veja a seguir:
Realizar palestras sobre o tema e temas análogos;
Desenvolver e repercutir um código de ética interno que contenha
regras rígidas que previnam assédio;
Criar canais de comunicação para que o colaborador possa se sentir à
vontade par denunciar o assédio moral no trabalho;
Capacitar os gestores a lidarem com conflitos;
Observar o clima organizacional da empresa;
Oferecer apoio psicológico a todos os funcionários, principalmente
aqueles que sofreram algum tipo de assédio;
Aplicar punição rígida aos assediadores, de acordo com a infração
cometida, deixando claro a todos que ações como estas não serão
acobertadas.
Práticas que configuram o assédio moral no trabalho
O assédio moral no trabalho se caracteriza por diversas práticas negativas
que causam consequências diretas ao desempenho dos colaboradores
assediados, o que pode acarretar no desenvolvimento de distúrbios físicos e
mentais ao mesmo.
Veja abaixo uma lista que configura o assédio moral no trabalho:
Tarefas em excesso;
Ameaças;
Gritar ou falar de forma desrespeitosa;
Isolar o colaborador;
Atribuir apelidos pejorativos
Divulgar boatos ofensivos a respeito do colaborador
Vigia excessiva
Constranger cotidianamente
Assim, ainda que seja extremamente maléfica para a empresa e
colaborador, a prática do assédio moral é corriqueira dentre as instituições
e atinge a mais de 50% dos trabalhadores do mundo. Os danos são
incomensuráveis não só para a organização, mas principalmente para a
vítima.
Por isso, é importante que haja um brutal investimento em conscientização,
apoio psicológico e em treinamentos e palestras sobre o assunto. Essas
ações ajudarão na redução dessas ocorrências, tornando o ambiente de
trabalho menos tóxico e suscetível ao adoecimento de colaboradores.
Deve haver ainda o encorajando dos colaboradores a comunicarem a
empresa sobre eventuais situações de assédio. Para tal, é importante que
exista um canal confiável para denúncias e a aplicação de punição
exemplar nos casos em que as investigações concluírem o assédio.
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